Inserida em uma das mais belas e turísticas regiões litorâneas do país, na costa norte do Estado de São Paulo, a Baía do Araçá (São Sebastião, SP) é limitada por costões rochosos, abriga núcleos de manguezais, praias e uma extensa planície e sustenta uma alta diversidade biológica, constituindo um verdadeiro laboratório a céu aberto.

Este projeto tem como objetivo realizar um estudo integrado para compreender o funcionamento de uma região costeira, considerando os processos físicos, químicos e biológicos, como hidrodinâmica, transporte de sedimentos, interações tróficas, fluxos de matéria e energia, e os sociais, como produção e dinâmica pesqueira, entre outros. Adicionalmente, este estudo irá caracterizar os serviços ambientais prestados por este ambiente, incluindo os econômicos e não econômicos, com destaque para aqueles derivados da biodiversidade marinha e também apresentar propostas de ação visando a sustentabilidade da baía.

* foto de A. Cecília Z. Amaral

Esta proposta constitui-se em uma iniciativa de integração de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento científico e de instituições de ensino e pesquisa, estratégica para formação de recursos humanos, produção de conhecimento e ampliação da competência do Estado de São Paulo para estudos em biodiversidade, conservação e gestão marinha.

Conheça mais sobre este laboratório a céu aberto, a Baía do Araçá, que fica ao lado do Porto de São Sebastião. 

Acesse e divulgue a página desse projeto no facebook: www.facebook.com/baiadoaraca

BIODIVERSIDADE E FUNCIONAMENTO DE UM ECOSSISTEMA COSTEIRO SUBTROPICAL:
SUBSÍDIOS PARA GESTÃO INTEGRADA – BIOTA/FAPESP-ARAÇÁ

A região costeira vem sofrendo pressões de diferentes origens, tipos e magnitudes que comprometem serviços ambientais e levam a perda de qualidade de vida da população que depende direta ou indiretamente de seus recursos. 

O gerenciamento costeiro tem como meta integrar interesses econômicos, sociais e ambientais e buscar a sustentabilidade desta região. Entretanto, a tomada de decisão recai sobre a necessidade de um entendimento amplo e ao mesmo tempo profundo do sistema a ser manejado, como preconiza a Agenda 21, integração de conhecimento inexistente na costa brasileira. Neste sentido este projeto tem como objetivo realizar uma pesquisa efetivamente integrada e orientada por esta demanda para entender como uma região costeira funciona em termos sistêmicos, considerando processos físicos, biológicos e sociais, como circulação, transporte de sedimentos, interações tróficas, fluxos de matéria e energia, produção e dinâmica pesqueira, entre outros temas. Adicionalmente, este estudo irá caracterizar os serviços ambientais prestados por este ambiente, incluindo os econômicos e não econômicos bem como os diretos e indiretos, com destaque para aqueles derivados da biodiversidade marinha, e avaliar a importância socioeconômica da região. 

Por fim, pretende elaborar, participativamente, propostas de ação visando a sustentabilidade da região. Como estratégia de execução este projeto considerará a baía do Araçá como modelo de estudo que poderá ser transposto para outras regiões. A obtenção e a análise desses dados de forma simultânea, por tipo de habitat, permitirá investigar essa região sob uma ótica integrada, ou seja, as questões relacionadas com o estado atual da área e sua importância ecológica, social, econômica e política, permitindo um diálogo entre ciência e tomadores de decisão. 

A complexidade do tema demanda, portanto, que o projeto seja estruturado em módulos de estudo: 1- Sistema Planctônico; 2- Sistema Nectônico; 3- Sistema Bentônico; 4- Sistema Manguezal; 5- Hidrodinâmica; 6- Dinâmica Sedimentar; 7- Interações Tróficas; 8- Diagnóstico Pesqueiro; 9- Identificação e Valoração dos Serviços Ecossistêmicos; 10- Gestão Integrada; 11- Modelagem Ecológica; e 12- Gerenciamento e Compartilhamento de Dados. Esta proposta constitui-se ainda em uma iniciativa de integração de diferentes áreas do conhecimento, pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa, estratégica para formação de recursos humanos, produção de conhecimento e ampliação da competência do Estado de São Paulo para estudos em biodiversidade, conservação e gestão marinha.

Principais perguntas – BIOTA/FAPESP-Araçá

1. 1 - Quais elementos físicos, biológicos e antrópicos caracterizam o ecossistema da Baía do Araçá?

1. 2 - Qual a importância dessa área para o ser humano e para o ecossistema global?
   
   3 - Como prover um desenvolvimento sustentável da região, considerando a geração atual e as futuras, pautado nos recursos e serviços ecossistêmicos disponíveis?

“No mundo encontrei apenas um ou dois projetos semelhantes.” 
Thomas M. Lewinsohn
(2º Workshop Biota/Fapesp-Araçá – 2014)

Atividades Realizadas

O projeto temático Biota-Araçá foi aprovado em Março/2012. No contexto geral do desenvolvimento do projeto, neste primeiro ano deu-se início a viabilização das coletas. Na sequência discussões integradas sobre o planejamento das mesmas foram iniciadas com a realização do I Workshop BIOTA/FAPESP-Araçá, no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/ USP), no período de 01 a 05/Julho/2012. Naquela oportunidade, foi promovida a integração entre os participantes do projeto e o nivelamento quanto aos objetivos dos diferentes módulos discutindo, principalmente, a melhor forma de alcança-los, adequando todas as informações que eram necessárias para realização da Modelagem Ecológica e elaboração de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável para a Baía do Araçá.

Grande parte dos resultados obtidos no primeiro ano foi relativo às coletas prévias e piloto, bem como o planejamento para a instalação de fundeios e obtenção de informações básicas necessárias para a criação de um cenário para um entendimento das importâncias ecológica e econômica da baía.

Em termos de gestão do projeto pode-se considerar que o primeiro ano foi um período de ajustes iniciais, necessários à integração efetiva de abordagens diferentes, porém complementares. Foi um período de aprendizado coletivo necessário e inerente a um projeto com a magnitude e a complexidade de um temático.

O segundo ano do projeto, com a consolidação do desenho amostral e do cronograma de trabalho, foi dedicado quase que integralmente às coletas em campo e processamento das amostras em laboratório. Dos dados levantados de biodiversidade, até o momento, foram identificados 906 táxons. Foi iniciada a discussão da integração das variáveis físicas e biológicas e o aprofundamento do entendimento dos serviços ecossistêmicos prestados pela região de forma a se gerar subsídios para a discussão da gestão integrada na baía.

O projeto está em seu terceiro ano de atividades, contando com 152 participantes, entre pesquisadores, pós-doutorandos, biólogos e alunos de pós-graduação e graduação, e cerca de 10 instituições de ensino e pesquisa. As atividades previstas serão concentradas na consolidação de coletas em campo e processamento de amostras, integração e comunicação das informações levantadas e discussão com os diferentes atores sociais sobre formas de compatibilizar interesses e compartilhar benefícios existentes na região.

Resultados para a população:

- O engajamento social é uma meta
- Comunicação adequada ao público
- A Baía do Araçá não está morta